
A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) respondeu, nesta quinta-feira (9), às críticas feitas pelo deputado estadual Waldemar Borges (PSB) sobre o abastecimento de água em Gravatá, no Agreste de Pernambuco. Em nota oficial, a companhia rebateu às declarações do parlamentar, que apontou falhas de manutenção e gestão na Barragem Amora Grande como principais causas do racionamento de água no município.
Segundo a Compesa, a crise no abastecimento decorre de uma combinação de fatores, sobretudo a estiagem severa que afeta a região. A empresa destacou que Gravatá é abastecida por cinco mananciais: Amaraji, que responde por 47% da oferta, e outros quatro mananciais – Cliper, Vertentes, Brejinho e Jucazinho – que juntos enfrentam severas restrições devido à escassez de chuvas.
Limitações no sistema de abastecimento
Em nota, a Compesa esclareceu que a Barragem Amora Grande opera em sua capacidade máxima de bombeamento, com vazão de 220 litros por segundo destinada à Gravatá e 30 litros por segundo à Chã Grande. “Não há possibilidade de ampliação da oferta de água por meio deste sistema, uma vez que já se encontra no limite técnico projetado”, destacou a companhia.
A Compesa também reiterou que a redução da disponibilidade hídrica em outros mananciais, como Cliper e Vertentes, agrava a situação. Esses mananciais são do tipo “a fio d’água”, ou seja, dependem diretamente do fluxo natural e são altamente vulneráveis a períodos de seca prolongada, como o enfrentado atualmente, destacou a Companhia.
Obras em andamento e soluções estruturantes
Como parte das medidas para mitigar a crise, a Compesa informou que estão em andamento obras estratégicas, como a Adutora do Agreste, no trecho entre Caruaru e Gravatá, com investimento de R$ 94 milhões, e a ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Gravatá, cuja relicitação está prevista para este mês, informou. Ambas as intervenções permitirão a chegada das águas do Rio São Francisco, para aperfeiçoar o abastecimento.
Calendário emergencial
Desde 3 de janeiro, Gravatá segue um calendário emergencial de abastecimento, estabelecido para enfrentar a crise hídrica. O esquema prevê três dias de fornecimento de água para cada 12 dias sem abastecimento, medida que deve permanecer em vigor até março de 2025.
O que disse o deputado estadual Waldemar Borges
Em posicionamento enviado a este site nesta sexta-feira (10), após a nota oficial da Compesa, o deputado estadual Waldemar Borges (PSB) criticou a gestão da Compesa em relação à crise hídrica de Gravatá, reafirmando que “há problemas de gestão” e que “a crise não é exatamente climática”. Ele destacou um vazamento na tubulação de Jucazinho que estaria desperdiçando mais de 30 litros por segundo há mais de seis meses e apontou problemas em sistemas de automação e na estação de tratamento de água, que não opera em plena capacidade.
Borges também afirmou que a Barragem de Amaraji, com capacidade de fornecer 220 litros por segundo, poderia atender 75% da demanda de Gravatá e permitir “um racionamento muito mais brando”, mas que o sistema de abastecimento está “se deteriorando”. Além disso, criticou a postura do governo estadual ao aguardar a conclusão da Adutora do Agreste, dizendo que “ficar de braços cruzados enquanto o sistema se deteriora é inadmissível”. Ele concluiu que a população de Gravatá “está pagando um preço alto por conta do descaso”.
Confira a íntegra da nota oficial da Compesa:
Matéria atualizada às 23h35 desta sexta-feira (10).
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